los duraznos gritan: te quiero!!
1984, data em que George Orwell definiu os limites de sua loucura, ano da morte de Indhira Ghandi, do lançamento de Footloose 3, dos Caçadores de Fantasmas, aventuras de Tarzan e Indi Jones, Karatê Kid, ano em que nossos ouvidos foram entupidos com a nova onda do Yes (Owner of a Lonely Heart), a energia despirocada de Van Halen com Jump, e - claro! - a indefectível Cindy Lauper dominando as FM´s dos carros perdidos no tráfego desumano desta Paulicéia. Enfim, ano em que completava 28 anos bem vividos.
Mas algo havia que seqüestrava o coração do paulistano perdido sob os céus de metalurgia: os duraznos clamavam pelo Tio Americano! "Te quiero, te quiero!!". Ah! as vozes aveludadas ainda me chegam como ecos perdidos no espaço sideral. The residual echoes...the residual echoes The residual echoes from the giant explosion (Where they said it beginned)...
"A resposta é meu canto" - a palavra publicitada no coração do menino de Deus é um recado direto. Simplesmente adoro a frase. Sempre considerei esta flâmula a representação de um sentimento paradoxal de que a resposta estava, sempre esteve, no meu canto, no meu sítio, que é individual, particular, singular e único... e no entanto, um canto que é também a expressão musical de um sentimento coletivo.
Gustavo Príncipe considerava-se vocacionado, percebia um chamamento divino, sentia-se "mordido pelo talento". A música era a maneira como ele se singularizava, se é que me entendem. Dessa maneira se aproximava de Deus. Repartia o sagrado que furtava, como um trágico Prometeu, da mesa celestial.
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