12.08.2005

recital



Queridísimo y nunca bien ponderado te saludo con un salve! homofaber, vox populi, vox dei, rock and roll y blues tambien.

Cómo se dice blues en latin?

LLegaron tus fotos, aunque son solo dos. Las disfrutamos igual.
Estoy preparando el CD para mandartelo.

Un beso a Tania, a Elena, Iris, Solange, Elaine, Nice, Marco y Sra., y a toda a populaçao paulista.

Gustavo.

12.07.2005

Crystal Silence

Água cristalina. Alma cristalina. Crystal silence (O Som).

Naqueles dias frios de São Bernardo do Campo, no quartinho lá no fundo da Rua Jurubatuba, criamos nossa cozinha musical.

Havia um kenwood (que ainda tenho - relíquia!) que gravava em duas pistas estéro mas era necessário superar, com cálculo analógico, o delay entre o que se ouvia e o que efetivamente se gravava. Imaginem o trabalho que dava gravar as duas vozes...
Naquelas tardes consumidas no cartório, Emanuel & Gilda ficavam em casa e realizavam as tarefas, digamos, estritamente musicais.

Lembro-me de inúmeras passagens - todas elas registradas em fitas de áudio diligentemente conservadas. Ficávamos até altas horas da madrugada improvisando blues e estranhas seqüências que exercitávamos única e tão-somente para confirmar o que já sabíamos: não era necessário ensaiar, tamanha a nossa harmonia.

Um som é emblemático de toda a série gravada. Gustavo grafou, com sua letrinha caprichada, uma etiqueta em papel verde: "não degravar. Aqui está O Som". O Som. Mais tarde vim a chamá-lo Crystal Silence.

Quanta sutileza, quanto mistério, quantas mensagens cifradas nesta pequena peça de áudio! Sinto-me como o sábio que subitamente se esqueceu da palavra mágica que abria as portas da percepção. Já não tendo olhos para ver, nem ouvidos para ouvir, sigo confiando, por pura fé, que houve dispensação de virtudes e manifestação de mistérios.

Para ouvir, faça download aqui: http://www.irib.org.br/sj/crystal.htm

12.06.2005

Frank Zappa em São Bernardo do Campo

Ao lado de Maurílio Comino, na Rua 23 de maio, Jardim Antares, São Bernardo, vemos Gustavo Pena com uma expressão que lembrará certamente Frank Zappa.

Não está longe da verdade dizer-se que Frank Zappa aterrisou em São Bernardo por essa época. De fato, tudo cabe num tamanho único: desde a descrição pormenorizada do roteiro de San Berdino (She lives in mojave in a winnebago. His name is bobby, he looks like a potato...) até as paragens algo-serialistas de The perfect stranger...

Nunca mais deixei de apreciar certas circunstâncias zappianamente. Acho que nem minha mãe. As caixas acústicas da Rua Jurubatuba berravam para desespero de Dona Amélia: my guitar wants to kill your mama...

Bernaux cité, suas ruas enregeladas, suas esquinas sujas e malvadas, transitávamos pelos seus cafés, vitrines, visitávamos o Bar das Putas no final da noite para uma cerveja. Jam sessions impregnadas de cannabis e sonhos. Ciça, Amauri, Dito, Joãozinho little. Tribo maltês. Quanta coisa cabe no tamanho único de nosso inconsciente!

Certa vez, descendo a Marechal Deodoro, ao lado do falecido Cine Anchieta, postamo-nos à porta de uma loja de artigos femininos como se fôssemos manequins. Estátuas minimalistas, na verdade. Expostos ao olhar curioso de transeuntes assustados, com gestos minúsculos reportávamos uma percepção transcedental, interpessoal, intertemporal. Erámos seres alienígenas!

Andávamos com chapeús na garoa, relógios-despertadores no bolso da gabardine cinquentona e flores na lapela. Uma geração flower-power assíncrona. A nossa leitura do fenômeno cultural que avassalava a juventude era não-linear. Percebíamos claramente a intertextualidade que permeava o som e a letra do rock que afinal compunha a nossa trilha sonora e pautava um comportamente de laxismo formal, apontando para um reencontro com o sentido mais singelo da vida.

Não à toa convergíamos em núcleos de convivência. Um capítulo à parte seria "A família", no site da Dona Laura. Fica para depois!

contra-baixo em alta

O piso denuncia a Paulicéia Desvairada. Acho que estamos aqui nos costados do Parque Ibirapuera. Quando? 81, 82? Quem sabe? El nono, com suas matemáticas, encontrava sempre o lugar certo para a fieira de notas firmes e seguras.

Sua música se ajustava precisamente nos desvãos da fina tessitura harmônica e melódica que se produzia sob a estrita inspiração do Príncipe.

Certa feita, apreciando um belo LP (rectius: long play) de Joe Pass, comentei que quase não se ouvia o contra-baixo de Niels Pedersen. Gustavo, numa daquelas tiradas definitivas, explicava-me que o segredo de um bom contrabaixista era esse mesmo... Na dissonante harmonia de uma boa banda da modern jazz, era preciso calhar as notas graves como fundamentos da complexa arquitetura musical.

El Nono, sua presença marcante terá preenchido todos nós de justos sentimentos. Sentimentos básicos, fundamentais, de bondade, sinceridade, ternura, suavidade e certeza.

A vida não é possível sem essas pessoas que fundamentam nossa biografia. Nesta louca nau, aportamos terras incógnitas, paragens inesperadas, cenários surpreendentes. Mas nada mais surpreendente, contudo, que o reconhecimento de nossa comum e essencial humanidade.

Gus in the sky with diamonds

Rememorando as passagens maravilhosas vividas com o meu querido amigo Gustavo Pena, El Principito, achei que deveria publicar algo que somente pude compartilhar com alguns poucos amigos. Render uma sincera homenagem ao grande amigo - esse era o desejo que sempre alimentei ainda quando ele estava entre nós. Talvez me reste publicar as fotos que tenho em meu arquivo... sei lá! Quem sabe editar as músicas produzidas na década de 70 e que também conservei em grandes rolos de fita. Acho que sou um conservador mesmo. Pura vocação. Aqui vão, ao menos, as notas, com um adendo de um homem peregrino.

Acho que agora - somente agora - descobri porque passei a esquecer o nome do homem.Por incrível que pareça, a minha resistência às perdas (o olhar demorado de abismo que todos experimentamos na vida) é tão grande e tão presente em mim que por contaminação de sentidos acabei por fazer com que o nome do homem fosse para o fundo do lago plácido da alma.

Gustavo é um grande amigo. Irmão, pai, filho, espírito que me animou às belas coisas da vida.

Jazz? Digamos que "ouvi" pela primeira vez acompanhando seu gesto elegante no movimento de suas mãos inteligentes. Gizava no ar um complexo fraseado de John Coltrane; ou então tocava delicadamente o ar com a ponta dos dedos e assim me traduzia o fraseado de El mar. Assim compreendi a profunda arquitetura da música.

A Frank Zappa fui formalmente apresentado nas ruas eternas de Montevidéu. Quantas vezes nos embrenhamos em infindáveis jam sessions, madrugada adentro, percorrendo os caminhos musiciais que foram abertos por Hendrix, Almendra, Pescado Ravioso, Led Zeppelin e Zappa... Coltrane, Benson, Wes Montgomery,Jean-Luc Ponty, la salsa maravillosa de centro-america y... El blues deCris.

Sim, one size fits all, little wing!

Sua incessante procura, sua loucura, sua alucinada busca de si mesmo, nos mobilizava a todos, seus amigos e discípulos, numa urgência de delicadas solicitudes.

De alguma forma nos achávamos num mundo estranho. Reconhecíamos, um pouco assustados, os contornos familiares agora transfigurados pela magia da música. Como eu o amo! Como levo em minha alma as suas delicadas preces! Meu querido niño de Dios, principito de las alturas, deixa-me embalar-te em minhas orações, confortá-lo no seio generoso da vida eterna.

Deixe-me beijá-lo com todo o meu Amor e agradecimento!


Essas mutações em nossas vidas, tão abruptas, tão profundas, tão definitivamente definitivas... Como lidar com isso?Lembro-me de uma tarde - uma tarde como tantas outras tardes; todas ignoradas simplesmente - sentado nesta cela confortável quando, de repente, alguém irrompe em prantos e me informa que mamãe havia partido.

Nunca vou esquecer a Eliane com a rosto transfigurado em dor, uma dor reflexa, dizendo-me que tinha uma notícia grave. Não chorei, não desesperei, não sofri uma dor profunda e inconsolável. Não. O que aconteceu foi que a minha resposta à morte foi a vida. Note: na noite da partida de Dna. Amélia a Helena foi gerada. Não sei como pude. Nem sei como aconteceu. Nem sei se deveria... Se eu te falar que não pude chorar, ainda, até hoje, a morte de minha mãe, v. me acreditaria? Somente agora, passados tantos anos, a sua imagem me vem inesperada, forte, como uma grave notícia da alma. Não sei como lidar com isso!

Meus sentimentos implodiram como estrelas negras, com fagulhas centrípetas, recolhendo para si cada migalha, cada lágrima, absorvendo definitivamente cada pensamento, como se fosse possível exaurir-me de toda a humanidade em silêncio, até não restar mais nada.

Não pude chorar a partida de Nadir. Não pude chorar. Não pude chorar a partida da Bete. Não pude chorar. Não pude chorar a partida do Sérgio Santos, do Mário. Não pude chorar. A partida do Gustavo. Não pude chorar. Talvez não tenha querido ou podido chorar a partida de meu pai.

Todos se foram e eu, aqui, reúno os cacos para reformar o sentido da minha própria vida.

Às vezes me sinto como a alma do deserto, varrido pelos ventos frios das lembranças, numa noite sem sonhos. Um deserto que não é de desesperança, mas instruído da profunda compreensão do nada, da insignificância de nossas existências; um deserto cuja única substância é a certeza de que afinal já não resta nada. Pulva et umbra.

As minhas alegrias são só passageiras. Vejo a tarde com os olhos de quem já partiu. Observo a graça, que se manifesta nos meus filhos, nos lampejos que denunciam a eternidade em dança e movimento; transpassa-nos, com fluidez sublime, imponderável, fugidia. Ali está a Verdade! Mas já se me escapa, não está ali; estará acolá? Mais adiante? Que fez Deus de nós, seres frágeis e indefesos? Que esperança nos alimenta? E no entanto, continuamos a viver e a reviver, como se pudéssemos, afinal, vencer a última, a mãe das batalhas. Mas que derradeira peleja poderá existir quando já não há lembrança essencial da primeira?

Não tenho nome, não tenho idade, não tenho cidade, não tenho lágrimas.

"Mas quando mais nada subsistisse de um passado remoto, após a morte das criaturas e a destruição das coisas - sozinhos, mais frágeis porém mais vivos, mais imateriais, mais persistentes, mais fiéis - o odor e o sabor permanecem ainda por muito tempo, como almas, lembrando, aguardando, esperando, sobre as ruinas de tudo o mais, e suportando sem ceder, em sua gotícula impalpável, o edifício imenso da recordação"Proust, No Caminho de Swann.

Para o Sérgio, homem de cujo nome eu me lembro, com o carinho. Londres, 15 de julho de 2004El mar.

Tempo tecelão


Era um tempo duro, aquele. Década de 70, a polícia nos abordava na rua com violência e todos éramos suspeitos... até prova em contrário. Nós, os jovens, quero dizer. Cabelos compridos, calça azul-desbotada e esse monte de símbolos que marcaram aqueles tempos bicudos.

Mas havia um símbolo muito mais poderoso e sobre isso quero falar.

Conheci Gustavo Pena numa feira hippie lá pelos idos de 1973 ou 74. O meu amigo, Ariel Dennis Denstone, era um grande artesão - um ourives que criava, com ácido e maçarico, intrincadas e belas peças de alpaca, compondo lindos mosaicos povoados de pequenos e delicados seres. Saíamos para vender suas peças onde fosse possível. E eu o acompanhava encantado, sonhando seus sonhos, ouvindo, num velho gravador K-7, rock progressivo e o blues de John Mayall. (Posso garantir que nunca mais esqueci a maneira peculiar como esse bluesbreaker tocava a gaita de blues).

Muito bem, eu era seu secretário, um diligente companheiro, um fiel escudeiro. Já ele era um artista. Um ser especial. Um inventor. Por essa altura, contentava-me em ser um simples burocrata. Um homem que já deitava raízes numa atividade que se confunde com a história da minha própria vida. Para ser claro: era um cartorário, era já um aprendiz de registrador. Um Bartleby - "levemente arrumado, lamentavelmente respeitável, extremamente desamparado!", como o retratou Melville.

Fomos a uma praça. Já nem sei onde fica. Perdi os mapas num canto qualquer da memória. Fomos e voltamos de trem. Mas na praça onde Ariel expunha seus cobiçados objetos de arte, conheci, numa tarde de domingo, Gustavo Pena. Recebia, naquele domingo, o mais lindo regalo da vida!

Ele não falava português. Eu tampouco espanhol. Mas isso não nos impediu de imediatamente estabelecermos uma comunicação que jamais se interromperia - nem mesmo nos períodos em que nos afastamos por várias razões. Posso dizer que nem mesmo agora, quando me lembro de todas as pontes que o meu querido Príncipe cruzou em sua vida.

Falamos por longas horas de música. O código que reduziu a babel de nossas experiências foi a música.

Gustavo foi um arquiteto de sons e criava pontes. Uma imagem de pontes ficará na memória para sempre. Nas paredes de um grande muro branco, nos costados do Monumento do Ipiranga, numa madrugada fria da Paulicéia que ele mal conhecia, com sua letrinha elegante e segura, registrou: Yo caminaba por el puente... con un sombrero.

Ao lado havia o insepulto Riacho do Ipiranga. Durante meses, mesmo depois de sua partida para Montevidéu, dava de caras com a inscrição. Sabia-o ligado, como eu estava em nossa imediata comunhão musical.

Nada foi por acaso. Rendo aqui minhas homenagens ao grande artista, músico, ator, filósofo e amigo eterno.

12.02.2005

infoto

Ah! o nosso fotógrafo fotografado. O delegado flagrado sob a sombra de plátanos.




Pergunte ao nosso fotógrafo o nome da rosa. Afinal, o símbolo do Canadá são os plátanos? Ou seriam os bordos? Ou o ácer?

Meu amigo não explica. Nem é necessário. Para que essa fieira inútil de palavras se a imagem das palavras é o que importa? Nosso fotonauta transfigura-se em ouro puro de arvoredos no outono em Okinawa.

Carlos Petelinkar é um registrador de imagens. Muitas delas que vocês vêm aqui foram feitas pela Nikon F-2 que ele ainda guarda e mantém como uma espécie de contra-garantia em face da bomba de elétrons das digitais. Afinal, uma boa analógica é como o vinho de personalidade que ainda se bebe, com prazer, nesses dias sequiosos de cultura, amor e arte.

Tempo tecelão II


Tempo mágico. O olhar que flagra o instante sublime é o mesmo que recebe o dardo arremesado pelo menino.

Lança ao céu, garoto, ao tempo das galáxias, esse carrocel tinto de luzes no outono!

Aqui vai uma cápsula em que o tempo tecelão não tocou. Será tão viva a imagem quanto minha memória.

12.01.2005

Gustavo José Pena Casanova (1955-2004)

11 de setembro Montevidéu se fez uma galáxia de estrelas fulgurantes.

Gustavo cuidou de fazer uma pequena homenagem a mim trasladando o grafismo de seu nome principe, originalmente lavrado num cartão postal de Havana, para o cartaz que ostenta na foto.

Maior cartaz é o meu: figuro na capa e na foto. Ou você não me percebeu?

Princeps


"Y no halló nada…
No pudo hallar a Batlle, ni a mi padre ni a mi madre, ni a Marx, ni a Arístides, ni a Lenin, ni al Príncipe Kropotkin, ni al Uruguay ni a nadie…
Ni a los muertos Fernández más recientes…
A mí tampoco me encontró". (Zitarrosa).

Para ver las estrellas

Para ver las estrellas
Consíguete una buena compañía
para ver las estrellas.
Asume y en vez de porquerías
consume cosas bellas.
Mamá lloró en la tarde,
papá lloró en la noche.
Mamá teleteatros,
papá teletenoches.
El gato ni se entera
él siempre está por fuera.
Se sienta en el portal
a esperar a su amor...

Consíguete una buena compañía
para ver las estrellas.
Mámá dice ¡Qué horrible!
papá dice ¡Qué horror!
El negro y Wilma ríen con Amo y Señor.
El Sapo ni se entera,
el vive en La Paloma.
Se sienta en el portal a esperar a su estrellas
e sienta en el portal a esperar a su amor...

Consíguete una buena compañía
para ver las estrellas.
Pero nadie es perfecto aquí en este lugar
y una estrella de verdad nos puede despertar,
despertar en las nieves del Norteo en las playas de un mar tropical.
Despertar en las cuevas profundas
o en un barco en el medio del mar
pescando con las tribus libres que hablan con la estrella
y que cantan por cantar.
Conmuévete con algo (como un tonto)
Conmuévete con algo (¡Y ojo el golpe de atrás!)
Conmuévete con algo...

Y consíguete una buena compañía
para ver las estrellas. Posted by Picasa

Desde sempre nos soubemos


Lá pelos idos de 94 ou 95 Gustavo esteve em Franca. Foi uma passagem fulgurante e que nos rendeu algumas fotos (que pretendo postar aqui mesmo, para honrar a memória do amigo).

Naquela altura, morava num hotel - o Plaza Inn de Franca. Um luxo! Do décimo andar divisava os costados da grande sapataria.

Gustavo ficou aninhado ao lado, num apartamento da frente, curtindo o lugar.

Muito bem. Eu tinha alguns costumes muito estranhos. Por exemplo, levava comigo as cartas trocadas em toda a minha vida com os amigos. Peregrinavam nas gavetas de minha modesta mala de viagem. Cartas de toda uma longa vida... (hum... já começo a falar como um velho!).

Durante a noite separei diligentemente uma coleção apreciável de epístolas trocadas com a Íris e o Emanuel.

Na noite seguinte, depois do trabalho, um pouco antes de sairmos, lhe apresentei a coleção. Seus olhos marearam, olhos vivos e inteligentes. Tocado profundamente - que fui fazer, meu Deus! - desferiu aquele olhar canino que às vezes punha só para enternecer o mais empedernido coração. Só pôde dizer: "é forte, cara; é muito forte!".

Era realmente emocionante ver emaçadas aquelas folhinhas de seda amareladas pelo tempo. O fólio ainda sustentava as letrinhas - caminhos encaracolados de fios lavrados com esmero e capricho. Havia desenhos, arabescos, traços fininhos... Nunca me esqueço: hay que ser como los niños...

Uma carta retive durante toda a minha vida. Com ela recebi uma foto em P&B que conservo até hoje. Sentados na relva, Emanuel e Íris, me fitando longamente, comunicavam a gravidez da Eli-u. (Na verdade confirmavam os sonhos que tive sobre a gravidez da afilhada e que foi objeto de uma carta anterior a eles dirigida).

Incrível a nossa ligação. Soube, desde sempre, que a união estava abençoada por um lindo fruto. Escrevi-lhes dizendo mais ou menos assim: "sei, porque o Senhor me revelou, que a Gilda está grávida".

A Eli-u é linda!